Os Americanos combateram a
criminalidade juvenil sem punições ou extermínios, simplesmente não permitiram
que as crianças potencialmente criminosas nascessem. Estudos realizados nos EUA
garantem que a causa abrupta da criminalidade juvenil nos EUA na década de 90
não se deve a nenhuma medida punitiva ou repressiva, mas, tão somente à lei que
permitiu o aborto geral e gratuito em 1973*. Nos EUA 14% dos presos são órfãos,5
x mais do que na população em geral. 43% dos detentos do país foi criado sem
pai e mãe. A ausência do pai é o maior problema, porque isso afeta a formação
do menino - e a maioria dos criminosos são homens. Sabe-se, com certeza que, fatores
econômicos não são as causas que levam bandidos a cometerem crimes contra o patrimônio,
como roubo ou furto, mas crimes violentos, como assassinato ou estupro. O
crescimento econômico, por si só, não reduz a criminalidade contra a vida. Nos EUA o índice de criminalidade é de 8/ 100 mil (8 casos por
100 mil habitantes), no Brasil, a média é de 35/100 mil ,sendo que, em algumas
cidades o índice médio é de 100/100 mil. Em 1990, Nova Iorque estava em pânico
com criminalidade juvenil, era igual ao Rio de Janeiro. Em 1992 ocorreu o
milagre quando os índices de criminalidade deram início a uma queda vertiginosa
e chegou quase a zerar em 1994.
*Dados estatísticos mostram que, de 1973 a 1990, ano em que os
menores nascidos em 1973 completariam 17 anos, deixaram de nascer cerca de 8
milhões de menores, os quais teriam chance de 75% de se tornarem delinquentes.
Dados extraídos do livro Freakonomics: o lado
oculto e inesperado de tudo que nos afeta .
Steven D. Levitt e
Stephen J. Dubner
Os autores ressaltam a importância da legalização do aborto o
seu impacto sobre as taxas de
criminalidade. O raciocínio é o seguinte: filhos indesejados têm maior
probabilidade de se tornarem criminosos devido às condições precárias de vida a
que estariam sujeitos durante sua criação. O aspecto interessante é o rompimento com a
sabedoria convencional e a religião. O autor é professor na Universidade de
Chicago desde 1997. O livro é extremamente interessante por
demonstrar a necessidade de desafio constante das convenções estabelecidas, uma
atitude acadêmica extremamente saudável.